sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Gestantes, Bebês e Animais!

Realmente, a grande vilã da gravidez e os animais ainda é a toxoplasmose, que já falei sobre ela nesse post aqui.
Mas, não custa recordar; segundo o Dr. Luiz Carlos Garcia, a toxoplasmose pode ser uma doença grave em pessoas que não tenham uma resistência natural a ela, principalmente em gestantes, pois, pode levar à contaminação do feto, podendo até causar aborto, má formação e morte fetal. Portanto, uma mulher gestante deve sempre tomar os devidos cuidados para evitar o contagio com essa doença.
Mas quem possui animais de estimação em casa, inclusive gatos, pode ficar sossegado, pois eles não são uma importante fonte de transmissão dessa doença. O contagio da doença pelo contato direto, como tocar e acariciar o animal, é improvável, assim como por meio de mordidas ou arranhões.
Na verdade, as principais vias de contaminação são pela ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes ou a ingestão de carne crua ou mal cozida, contento cistos do parasita.

Em relação a cães, a vacina deve sempre estar em dia e a vermifugação também, tanto no período de gestação quanto na chegada do bebê.
Os cães podem se sentir enciumados com a chegada do bebê, então é importante que o animal conheça aquele ambiente novo (quarto do bebê) e seja apresentado ao "novo filhote".
Detalhes importantes:
  • Cães são animais sociais, que foram feitos para viverem em grupos. Para os cães, os bebês nada mais são do que “filhotes humanos”.  E os filhotes da matilha são sempre acolhidos e protegidos.
  • O bebê quando chega em casa fica dormindo 95% do tempo. Portanto fica em seu quarto, não afetando diretamente a rotina da casa.  Ele quase “não aparece”. Conforme este bebê for crescendo, sua participação na rotina doméstica vai aumentando gradativamente, o que fará com que o cão se acostume facilmente à presença do novo filhote.
    Dá pra ver que não é nenhum bicho de 7 cabeças!  A relação vai se estabelecendo lentamente, gradativamente, mas é fundamental que saibamos avaliar muito bem que tipo de cão temos em casa: 
  • Seu cão foi educado e é super sociável:
    não há o que temer.  Ele e o bebê vão se adaptar muito bem.
  • Seu cão é super sociável, mas muito estabanado:
    Convém deixá-lo há uma certa distância do bebê, ou mesmo deixá-los em contato com algum tipo de barreira entre eles (exemplo uma grade).  O problema aqui não é agressividade!  O problema é que cães estabanados podem muitas vezes ter uma brincadeira bastante bruta para um bebê, ou mesmo uma criança maior.  Se não protegemos a criança de um “carinho mais animado”, a criança pode ficar com medo do cão. Ou seja:  Exige supervisão!
  • Seu cão é educado, sociável, mas nunca teve muito contato com bebês ou crianças:
    tudo é uma questão de fazê-lo começar a ter contato com crianças gradativamente. Comece levando a praças onde tenham muitas crianças.  Nos primeiros dias passeie com ele longe das crianças. Conforme os dias forem passando vá levando ele para passear mais perto das crianças. O objetivo é que ele fique tranqüilo no meio delas. Se você achar que mesmo depois deste treinamento, seu cão fica bem perto delas, mas não gosta de seus assédios, opte pela solução dada no item anterior: manter uma barreira entre eles. Desta forma eles aprenderão a se respeitar.
  • Seu cão costuma ter um comportamento hostil a tudo e todos que ele não conhece: então você pode ter um problema de fato.   Este tipo de cão tem muito mais dificuldade de se adaptar a novas situações, e você terá que ficar muito atento.

    Ao contrário do que muitos leigos pensam, os animais são muito importantes para fortalecer o sistema imunológico dos bebês.
    As pessoas que tentam proteger demais seus filhos de substâncias que podem causar alergia, são as que no futuro mais sofrem com os filhos alérgicos. Afinal, é na fase de bebê que ele cria anticorpos com mais facilidade e se torna imune aos alérginos (substâncias causadoras de alergias).
    Portanto, não confie em leigos que dizem que o bebê não pode ficar perto dos animais, isso só vai aumentar a chance dele ter uma alergia no futuro.

    Fora esse assunto alergias e doenças, vem o que eu considero mais importante: A formação do caráter da criança. Acho que a criança que convive com animais desde cedo aprende a respeitar outros seres, a amar, e isso influi em toda a vida da criança. Facilita suas relações com outras crianças e ensina cuidado, afeto, e muitas vezes a lidar com morte. 


    Post dedicado a Chrys, que me pediu para falar sobre essa relação, e é um complemento do post sobre toxoplasmose.
    Mamães, não abandonem seus animais! Dê a chance dos seus filhos descobrirem desde cedo como é bom ter um bichinho!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sarnas Cutâneas de Cães e Gatos - Pegam nas Pessoas?

Olá, estou fazendo este post especial para a minha amiga Myrian, que sugeriu esse assunto, já que as pessoas têm muito preconceito com cães com sarna que estão na rua. Raramente encostam neles, e quando os cães de casa são acometidos, muitas vezes querem se livrar dos animaizinhos.
Assim como no post de toxoplasmose, na pesquisa que fiz, fiquei bem decepcionada.Vários textos afirmam que a sarna sarcóptica canina pega no ser humano. Mas não explica direito. Deixa a impressão que se alastra pelo corpo todo da pessoa e faz aquele terrorismo que as pessoas adoram fazer em torno das doenças de animais.
Mas, vamos lá: Não vou me prender aos nomes científicos de sarnas, ok?
Nossa primeira inimiga é a Sarna Sarcóptica, a doença causada por ela é chamada de escabiose. Acontece que tem a escabiose canina, a felina e a humana. Não, não é o mesmo bichinho exatamente, são todos "parentes", mas um gosta de pessoas, outro de gatos e o outro de cachorros. Quando um ser humano manipula um cão com escabiose ele pode vir a pegar a doença sim, mas o parasita logo vai notar que "se enganou" e logo morre. Já manipulei muitos cães com escabiose intensa e o máximo que me aconteceu foi aparecer uma lesão inferior a uma picada de mosquito. Nossa, que grave não?!
A sarna sarcóptica, tanto em pessoas como em animais (cada qual com seu bichinho específico, não esqueça) causa muita, mas muuuita coceira, porque a sarna é um ácaro que "cava" galerias na pele a fim de se reproduzir dentro delas. Em animais, ocorre queda de pelo, vermelhidão da pele, presença de secreção.
O diagnóstico é feito através da sintomatologia e o raspado de pele, para diferenciar de outras lesões cutâneas. O tratamento é simples, feito através de banhos ou medicamentos modernos pour-on (que aplicam no dorso).
*IMPORTANTE: A escabiose é extremamente contagiosa entre cães. É válido isolar o animal acometido dos demais.

Outra sarna cutânea que acomete somente os cães é a Sarna Demodécica, a demodicose. Nós humanos temos ela na versão humana (vive em nosso corpo e não interfere em nada na nossa saúde).
Nos cães, em geral, também não.
A demodécica geralmente é transmitida da mãe para o filhote enquanto ela o amamenta, a mãe pode não ter os sintomas mas o filhotinho, se tiver queda de imunidade, pode vir a ter. Pode ser que tenha apenas na vida adulta, e o mais comum, que nunca manifeste. A doença ocorre quando há um desequilíbrio da flora cutânea e a sarna acaba se espalhando. As lesões são mais focadas, ao contrário da escabiose, que se alastra rapidamente. A demodicose costuma aparecer ao redor dos olhos, formando "óculos", ao redor da boca e nas patas (já que o animal geralmente adquire mamando). Mas pode se alastrar pelo corpo todo do animal, deixando a pele grossa por excesso de queratina e outras substâncias. Causa queda de pelo. Nesses casos o diagnóstico se torna mais difícil e se confunde com o da escabiose.
Ao contrário da sarna sarcóptica, a demodécica não causa coceira e NÃO É TRANSMITIDA DE UM CÃO PARA O OUTRO MUITO MENOS PARA O SER HUMANO. Por isso a importância da diferenciação das duas.
Esta sarna é mais grave, apesar de não parecer, já que o tratamento é prolongado e o animal pode ter a doença outras vezes durante a vida, geralmente quando sua imunidade diminui. Fêmeas que já tiveram a doença não devem cruzar.

A sarna de gatos (viram como eu não esqueço dos gatos?) além da escabiose, é a Sarna Notoédrica, altamente contagiosa ENTRE FELINOS (eu disse entre felinos) portanto, é importante isolar o animal acometido dos outros gatos caso tenha mais de um.
Geralmente começam na ponta das orelhas, espalhando pela face, causando intenso prurido (coceira), crostas e espessamento da pele.

Para concluir: Não deixe de acolher um cão de rua porque ele está com lesões de sarna. Se você estiver com nojo por causa das crostas, coloque uma luva e cubra o carro com plástico/panos, mas não deixe o preconceito dominar na hora do resgate de um bichinho. Lembre-se sempre: Seres humanos não são tão irresistíveis assim, a sarna ainda vai preferir o cachorrinho! hehehe

PS.: Isso serve para pulgas e carrapatos. O carrapato vermelho do cão, que é o que vemos mais comumente em cães e não é o carrapato estrela ao contrário do que pensam (o carrapato estrela vive em pastos e é o carrapato do cavalo) ele dificilmente pica outro animal sem ser o cão. Ele não gosta nem de gatos. Então é balela aquela história de que "o gato que passeia no muro de casa passou carrapato para meus cães" ok?
Já a pulga sim, adora o gato. Prefere gatos, mas em cães com alta carga parasitária, encontramos pulgas também.
Espero que a Myrian e os outros leitores gostem do post, sugestões são sempre bem vindas e eu adoro (tentar) derrubar tabus e preconceitos.







(post sem imagens devido a falta de credibilidade das imagens do google.)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Gatos, Gravidez e Toxoplasmose

Sempre que falamos em gravidez e toxoplasmose, os gatos saem como os grandes vilões dessa história, e infelizmente li vários sites de médicos dizendo que mulheres grávidas devem mesmo se livrar dos seus bichanos durante a gravidez. Fiquei muito decepcionada com a ignorância de alguns profissionais, afinal, não é bem assim que as coisas funcionam. Animais não são descartáveis e não podem ser dispensados durante a gestação da proprietária. 

*Só uma ressalva, fugindo um pouco do assunto: Muitas jovens mamães se livram dos seus animais porque pensam que o bebê terá alergias a eles. Quanto antes acontecer o contato com animais, menor a chance da criança ser alérgica, afinal seu sistema imune estará fortificado e preparado, assim  o corpo não verá os pelos como alérgenos (substâncias causadoras de alergia).

Voltando ao assunto: A grande vilã dessa história é a ignorância que cerca a questão e não o convívio com os bichanos.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Imunização, casos de toxoplasmose passadas de mãe pra filho são raras, e a principal forma de contaminação da doença se dá através da ingestão de água e alimentos mal lavados. 
É recomendada a precaução, mas não é necessário evitar a presença do gato.
O mesmo é dito pela Fundação Oswaldo Cruz,  um dos mais antigos e renomados centros de pesquisa em infectologia do país. 


Gravidez e Toxoplasmose
A  toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma Gondii. Esse protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em mamíferos e aves em todo o mundo. Nos humanos, em mais de 80% dos casos, essa infecção é assintomática, ou seja, não apresenta qualquer sintoma e pode passar despercebida em pessoas com imunidade normal.
Uma vez exposto a toxoplasmose, o ser humano torna-se imune a ela. Dessa forma, mulheres que contraíram toxoplasmose antes de engravidar não têm com o que se preocupar. Dentre os exames realizados durante a primeira consulta rotineira do pré-natal, isso será averiguado. O risco encontra-se em contrair toxoplasmose pela primeira vez durante a gravidez, pois nesse caso, como a mulher não é imune à doença, a infecção pode levar à má formação ou ao aborto do feto. 
É por isso que existe, justificadamente, tanta preocupação em relação a isso. Mas antes de entrar em pânico, entenda como funciona a transmissão da toxoplasmose e veja porque não é preciso se desfazer de seus animais para ter uma gravidez segura e tranqüila mesmo no caso de não ser imune a toxoplasmose.

O Toxoplasma Gondii, para completar seu ciclo de vida, precisa passar por um hospedeiro intermediário, mamíferos e aves em geral, e por um hospedeiro definitivo, o gato. É apenas no intestino dos felinos que ele consegue produzir seus oocistos, forma infecciosa da doença. Por isso, CÃES NÃO TRANSMITEM TOXOPLASMOSE, ao contrário do que alguns profissionais mal informados possam afirmar. 
É por esse motivo que a toxoplasmose ficou conhecida como a "doença do gato", muito embora seja bem pouco provável que os gatos domésticos sejam responsáveis pela transmissão direta da doença na maior parte dos casos, já que menos de 1% de toda a população felina está contaminada. Além disso, mesmo que o gato esteja contaminado, os oocistos excretados nas fezes levam um período que varia entre um e quatro dias, dependendo da temperatura ambiente, para ficarem contagiosos.
Se então, após esse período, houver contato direto com as fezes do animal doente por via oral (levando as mãos à boca sem lavá-las bem, por exemplo), existe a chance de contaminação. Ainda assim, vale lembrar que a excreção de fezes infectadas dura até 14 dias após a primeira exposição do gato ao parasita (ou seja, após ele ter ingerido carne contaminada), mas que após esse período, é improvável que o gato volte a excretar novamente fezes infectadas, pois assim como nós, uma expostos a doença, eles também desenvolvem imunidade a ela.
Os gatos contraem toxoplasmose ao comerem carne crua ou caça (ratos e baratas, por exemplo) que contenham algum dos 3 estágios infectantes deste parasita. Se você possui um gato que já há algum tempo vive exclusivamente dentro de casa e que não se alimenta de carne crua, você NÃO ESTÁ EM RISCO. De fato está provado que manusear carne crua ou trabalhar em jardinagem sem luvas é mais arriscado do que acariciar e manusear seu gatinho de estimação.
A forma mais comum de contágio em humanos se dá através da ingestão de alimentos e água contaminados, principalmente carnes mal passadas e verduras mal lavadas. Acredita-se que em São Paulo , cerca de 80% da população já tenha contraído toxoplasmose dessa maneira. Em cidades onde o consumo de carne é mais alto, como no Rio Grande do Sul, essa porcentagem sobe para 90% da população e, como é de se imaginar, menos da metade dessas pessoas convivem com gatos dentro de casa. 
Portanto, se você eliminar as fezes do gato diariamente da caixa de areia, usar luvas e/ou lavar muito bem as mãos após realizar essa tarefa, não alimentar seu animal com carne crua ou permitir que ele tenha acesso à rua, o risco de contrair toxoplasmose de seu gatinho é ínfimo. 
Abaixo seguem na íntegra as recomendações da Fundação Oswaldo Cruz para prevenção da toxoplasmose:
1) Lave bem as mãos antes de mexer com os alimentos;
2) Não coma carne crua ou mal cozida;
3) Ao mexer com a terra ou caixa de areia lave bem as mãos ou use luvas;
4) Só beba água filtrada ou fervida;
5) Frutas, verduras e legumes crus devem ser bem lavados.
OBS.: A Toxoplasmose tem cura. O fato de apresentar exame positivo para toxoplasmose não significa que você esteja com a doença. Na maioria das vezes, indica a presença de anticorpos.
OBS.: Os gatos domésticos se infectam caçando pequenos animais infectados, como ratos e aves. Desta maneira, os gatos que não vão as ruas para caçar, e que comem apenas ração industrializada NÃO oferecem perigo. Mas, alguns cuidados como limpar sempre a caixa de areia, lavar bem as mãos antes de manusear o alimento e não dar carne crua ou mal cozida para os gatos são medidas importantes.
Exame para toxoplasmose
O CCZ de São Paulo realiza o teste para toxoplasmose em felinos a um preço bastante acessível. Caso reste qualquer dúvida sobre a contaminação de seu gatinho, talvez seja válido testá-lo. Converse com o seu veterinário a esse respeito. 
Fontes: Fiocruz, Arca de Noé, Arca Brasil.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Concurso o Vira-Lata mais Lindo!

Olá!
Hoje resolvi fazer um post diferente pra agitar a adoção de cães e gatos abandonados e sem raça definida!
1- Separe uma foto LINDA do seu animalzinho sem raça!
2- Envie para o meu e-mail raquel.catena@gmail.com
3 - Se quiser contar no e-mail a história do bichinho e da adoção, eu vou adorar saber e postarei!
4- Pronto!
5- Os animais mais lindos serão escolhidos e postados aqui, junto com suas histórias!
6 - farei um post para os cães mais lindos e outro para gatos mais lindos!

CAPRICHEM!


Beijinhos ;))

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Neoplasias em Cães e Gatos

As neoplasias, mais conhecidas como câncer, se tratam de uma proliferação de determinado tipo de célula de forma descontrolada e acelerada, sem organização, prejudicando o organismo de diversas formas. A causa é desconhecida, apenas a prevalência é maior em animais de idade mais avançada.
As neoplasias podem acometer vários órgãos e tipos celulares, podem ser benignos ou malignos; dentro dos malignos, existem graus de malignidade. Quanto mais firme e aderido ao órgão, quanto mais vascularizado, quanto mais rápido o crescimento dessa neoplasia e mais rápido aparecimento de metástase, mais maligno o tumor é. Mas a malignidade pode ser classificada em graus apenas por estudo histopatológico. Um tumor benigno também pode vir a se tornar maligno.
A metástase consiste na disseminação do câncer do local inicial para outros órgãos, por via sanguínea ou linfática, atingindo em cães principalmente os pulmões.
Os tipos de neoplasia mais comuns em cachorros são: TVT, o Tumor Venéreo Transmissível, uma neoplasia que ocorre na área genital e é contagiosa, por meio do ato sexual (mais um motivo para a importância da castração) e pode ser evitado simplesmente impedindo que o animal cruze.
As cadelas e gatas são frequentemente acometidas por neoplasias mamárias, mais comum em cadelas, mas costuma ter mais malignidade nas gatas. Quanto mais jovem o animal é castrado, menor são as chances de câncer de mama. Quando castradas antes do primeiro cio, as chances de tumor mamário são praticamente inexistentes. Animais que sofrem de gravidez psicológica tem maior predisposição.
(Cada dia a gente percebe mais e mais vantagens em castrar, né!)
Os machos também costumam ter tumores testiculares e prostáticos, também evitados com a castração.
Animais albinos (com a pele rosa) tem maior predisposição a neoplasias cutâneas.

**SINAIS DE UMA POSSÍVEL NEOPLASIA: Em tumores internos, a detecção é mais difícil e geralmente acontece num estágio mais avançado da doença. Se preocupe com emagrecimento repentino (lembrando que várias outras doenças causam emagrecimento, então não precisa se desesperar achando que seu cão tem câncer só por isso). De qualquer forma, procure seu veterinário, pois pode haver algo de errado.
Na pele: Observe feridas que não cicatrizam e aumentam de tamanho, nódulos sólidos subcutâneos, nódulos com aspecto de "couve flor" na pele e na área genital, feridas que sangram com frequência, e em fêmeas, fiquem sempre de olho nas mamas, palpando todas, e se preocupe se encontrar carocinhos duros.
Não deixe o tempo passar caso detecte alguma dessas lesões, quanto antes o seu cão foi tratado, maiores são as chances dele não ter metástase e viver mais tempo ao seu lado.

**DIAGNÓSTICO: Depende da neoplasia, mas com uma bateria de exames de sangue, radiografias, ultra-sonografia e punção biópsia aspirativa (PBA), exame histopatológico do material retirado, somando aos sintomas, o médico veterinário consegue chegar ao diagnóstico.

**TEM TRATAMENTO?
Tem! Claro que nem todos os casos, mas muitos cães conseguem sobreviver muito tempo depois de diagnosticada a doença.
Em geral, o primeiro passo na grande maioria das neoplasias, é a retirada cirúrgica. Em tumores de mama, toda a cadeia mamária deve ser retirada (mastectomia radical) e é indicada a castração na mesma cirurgia.
Essa foto é de uma mastectomia radical, é uma cirurgia complicada, com um pós operatório difícil, mas é o mais indicado para que não ocorra a disseminação das células tumorais para outras mamas e órgãos.

Em alguns casos, como em tumores ósseos, é indicada a amputação do membro afetado. Muitas pessoas ficam com medo e preconceito de realizar este procedimento, mas como eu sempre digo aqui: Os animais não ficam se sentindo inferiores por conta da amputação, afinal, um cachorro não fica apontando e dizendo: "olha lá, um deficiente, um amputado!"
Aliás, o ser humano poderia aprender com os animais esse comportamento, né? Seria muito mais fácil para mulheres mastectomizadas e pessoas amputadas lidar com a situação. Enfim, faça sempre o que seu veterinário de confiança indicar, e se você tiver receio, pode e deve procurar oncologistas veterinários, hoje em dia tem bastante gente especializada nisso, tanto em cidades maiores como em universidades.
Também tem o tratamento quimioterápico para cães, que em geral não causa tantos efeitos colaterais como em humanos, como perda de pelos (cabelos) e náusea muito intensa. Mas, o controle hematológico é importante, pois assim como em humanos, muitas células sanguíneas morrem e acaba ocorrendo anemia severa e queda da imunidade.
A radioterapia infelizmente não está presente na realidade veterinária por enquanto aqui no Brasil, pois o equipamento é extremamente caro.

Para finalizar, gostaria de dizer que receber o diagnóstico de que o animal está com câncer não é nada fácil pro proprietário, pro veterinário também é difícil dar essa notícia. A maioria dos casos ainda tem um final infeliz, mas com os avanços da medicina e o diagnóstico precoce, muitas neoplasias podem ser curadas ou controladas, e em muitos casos, o animal consegue ter uma sobrevida longa e de qualidade.
Nunca leve em consideração a frase "seu animal tem X meses/dias/horas de vida"; nenhum veterinário é Deus e ninguém tem bola de cristal para prever quanto tempo de vida outro ser tem.
Faça a sua parte, leve seu animal pra ser tratado, e o veterinário faz a dele, de tratar. Deixe de lado as previsões. Aproveite o máximo seu animalzinho!

Vida longa a todos eles!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Doenças Cardíacas em Cães e Gatos


As doenças cardíacas podem acometer filhotes (quando são congênitas, ou seja, o animal nasce com uma má formação no coração/válvulas/veias/artérias) mas acomete principalmente animais idosos. Com o avanço da medicina veterinária, os animais tem vivido cada vez mais, e quanto mais animais idosos, maior a incidência de doenças cardíacas. Eles são considerados idosos a partir dos 8 anos de vida.
A principal doença que acomete cães é a degeneração ou envelhecimento das válvulas do coração, e acomete principalmente cães de raças pequenas (poodles, pinschers, yorkshire, etc).
Já nas raças grandes (boxer, labrador, doberman, dogue alemão) a principal doença é a dilatação do músculo cardíaco.
Nos gatos, a principal doença é a cardiomiopatia hipertrófica, que tem evolução lenta e silenciosa, podendo apresentar sintomas só quando o comprometimento cardíaco do animal já está muito avançado. 
Para os animais de região litorânea, uma doença que pode ocorrer é a dirofilariose, que é a presença de vermes no coração. Por isso, é muito importante a vermifugação em animais que vivem no litoral ou quando viajam.
Ao contrário do que pode ocorrer com o homem, os animais não são vítimas de infarto do miocardio, mas de micro-infartos decorrentes da degeneração do músculo cardíaco. Assim sendo, animais não morrem de infarto.
Independente da doença, o animal pode ter uma vida normal desde que seja detectada e tratada com rapidez.

Mas como saber quando o animal está com alguma doença cardíaca? Quais sinais ou sintomas eles apresentam?
- O primeiro sintoma costuma ser a tosse. Muitas vezes as pessoas pensam que é engasgo. Repare se ocorre quando o animal está agitado ou feliz,
- Cansaço, intolerância ao exercício,
- Dificuldade para respirar,
- Inchaço de membros ou abdomen,
- Lingua arrouxeada (exceto nos chow-chows, que já são roxas sempre né!)
- Mucosas (parte interna da boca, vulva ou pênis) azulados,
- Desmaios,
- Convulsões,
- Crescimento deficiente em filhotes.

Ao notar alterações descritas acima, procure o médico veterinário.
Descreva com detalhes as alterações, e através de exame físico, exame radiográfico, ecocardiográfico e eletrocardiograma, o diagnóstico pode ser concluído.

*É importante o check up cardíaco em animais com idade mais avançada ou mesmo para todo animal ao fazer qualquer procedimento cirúrgico. Por querer economizar, corre-se o risco de perder o animal por causa da anestesia.
Os exames também são importantes em cães e gatos idosos, mesmo que não apresentem sintomas, para que eventuais doenças de evolução lenta possam ser detectadas cedo, e se forem tratadas de forma correta, o animal pode ter uma sobrevida de qualidade e viver muitos anos ao seu lado!

Cuide com carinho do coração do seu melhor amigo!


Help: Fonte e Fonte.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cuidados com os Olhos - Cães e Gatos

Os cuidados com os olhos não são tão complexos, para a maioria das raças de cães e de gatos, exceto para aqueles que tem olhos um pouco, digamos, proeminentes, que é o caso dos shih tzus, onde as chances de ferimentos são maiores.
Pelos olhos serem grandes e bem expostos, eles machucam com mais facilidade, podem esbarrar em objetos, plantas, brincadeiras com outros animais, ou o próprio animal ao animal se coçar.
Claro que acidentes podem ocorrer com qualquer animal, gatos podem sofrer arranhões durantes brigas, pelos podem entrar causando desconforto, com isso, o animal coça e se fere.
Mas, voltando ao assunto dos cuidados básicos, esses se aplicam as raças que tem o focinho curto (achatado) como os shih tzus (ih, eu falando deles novamente) gatos persas, entre outros "amassados". O focinho curto pressiona as glândulas lacrimais, ativando a produção excessiva de lágrimas.
Os animais de pelagem branca, como maltês e poodle, acabam ficando com manchas de lágrimas e secreções oculares nos pelos ao redor dos olhos.
Isso ocorre mais em alguns animais e menos em outros, vai da genética do próprio animal. O pelo fica manchado pois a lágrima é ácida e "queima" o pelo.
Não existe um método para evitar que o animal libere a secreção, até porque a lágrima tem importante função de proteção dos olhos, como impedir a entrada de microrganismos e até mesmo ciscos, pelos e afins. Protege também de lesões na córnea.
Então, o que se deve fazer, é a limpeza dos olhos nesses cães predispostos, se possível todo dia, se não for possível, pelo menos 3 vezes na semana.
A limpeza deve ser feita com gaze (melhor que o algodão, que pode soltar fiapos que entram no olho do animal) e solução fisiológica; soro, desses comuns de farmácia mesmo. Lembre-se de guardar na geladeira após aberto, senão ocorre contaminação. Caso não seja possível usar o soro, faça com água morna. Morna, não quente. Procure passar apenas em volta dos olhos pra não levar contaminação pra dentro do olho.
Quanto aos pelos claros manchados, recomenda-se esse mesmo procedimento, com um extra de vários produtos atualmente existentes no mercado que prometem sumir com as manchas. Alguns proprietários relatam ter encontrado bons produtos e ficaram satisfeitos, outros já me disseram que não resolveu. Aí também depende do tanto que o pelo já está manchado, o ideal é cortar esse pelo e cuidar para que o que for nascendo não manche também. Lembrando que essas manchas não são sinal de nenhum problema ocular com o cão, nem causam prejuízo nenhum. Apenas por estética.
Já a secreção dos braquiocefálicos, além de causar mau cheiro, pode causar infecções se ocorrer acúmulo excessivo. Portanto, a limpeza é fundamental.

Mas fora esses cuidados; quais os sinais de que tem algo de errado com os olhos de meu cão/gato?
Bom, ele vai se sentir muito incomodado, passando a pata, coçando ou esfregando. Pode ter secreções excessivas, amareladas. O olho pode adquirir um tom "azul embaçado" ou mesmo alguma outra cor anormal, e a vascularização sanguínea vai ser excessiva na parte branca do olho, deixando-o bem avermelhado.
Calma que não sai secreção verde-neon dos olhos dos cães, esse é um produto usado para que o veterinário detecte lesões na córnea.
Importante: Se o seu animal apresenta algum dos sinais descritos acima, não arrisque utilizar qualquer colírio, leve rapidamente ao veterinário. Um colírio incorreto pode causar várias complicações na cicatrização do olho acometido, seu médico veterinário de confiança poderá indicar o melhor para o caso de seu bichinho.

Outro probleminha, muito comum em cães, é a catarata, que é uma opacidade do cristalino, e ocorre principalmente em cães senis. Não existem colírios nem medicamentos que resolva o problema, mas li um texto bem interessante, este aqui, que cirurgias já tem sido feitas em cães, com 90% de sucesso. O texto lembra e eu reforço, a cirurgia é eletiva, (nome dado a uma cirurgia que não é fundamental para que o animal viva) já que muitos cães vivem com catarata sem maiores complicações. A cirurgia é custosa e requer extrema disponibilidade do proprietário para pingar colírios no pós-operatório.

Claro que existem diversas outras doenças que ocorrem em cães, mas meu objetivo aqui é apenas orientar para que o proprietário saiba diferenciar quando algo errado está acontecendo do que é fisiológico, procurando assim, seu médico veterinário de confiança que tomará as providências necessárias para a saúde de seu animal.



Beijinhos a todos ;)